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Coluna Respeitável Público

Opinião da espectadora Ariana Campana Rodrigues sobre a reabertura do Circo Os Kaco

Foto: Gabriela Gramont

Num espetáculo circense, a ludicidade remete a aquilo que nós, adultos, fomos ensinados a abandonar: nossa potência brincante infantil – raiz da criatividade humana – cujas lembranças afetivas são capazes de nos nutrir em tempos atuais tão sofridos. A arte torna visível, audível, tateável o que pensamos e sentimos, abrindo canais de comunicação e possibilitando diálogos – ou mesmo silêncios – entre quem produz e quem aprecia.


Uma palhaça que provocou risos em corações chorosos pelo luto coletivo que experimentamos durante a pandemia, um malabarista que me fez pensar metaforicamente nos profissionais de saúde que tentam se equilibrar entre pacientes que se recuperam e outros que morrem, o menino aprendiz cuja parceria com seus pais me remeteu ao imprescindível sentimento do amor que nos sustenta em meio ao caos.


Fui às lágrimas durante o espetáculo, pois compreendi que a reabertura do “Circo Os Kako” na noite de 02/10 simbolizava o marco de estamos sobrevivendo à pandemia.


A arte multiplica experiências positivas entre pessoas que se encontram para produzir sentidos às suas existências. Sobretudo agora, a arte pode contribuir para nos curar. Que as portas do circo continuem abertas para que por elas entrem pessoas que buscam a alegria de que precisam para se restabelecerem. Que o circo prossiga multiplicando a ética da vida!


Por Ariana Campana Rodrigues

Foto: Gabriela Gramont
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